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    Políticas Públicas para mães — Por Anne Cleyanne

    Pegue aí sua tapioca com ovo e o refri regional que essa semana vamos falar de Políticas Públicas para Mães.

    Esta semana em PVH city, o alvoroço envolveu uma instituição de ensino superior e sua decisão inicial, posterior retificação e eventual revogação quanto à permissão de mães e responsáveis levarem seus filhos para a sala de aula. Inicialmente, o comunicado sugeria que isso era para proteger a infância e a juventude, mas é crucial notar que as mães frequentemente enfrentam desafios significativos no Brasil, especialmente aquelas sem rede de apoio. Isso muitas vezes as leva a abandonar seus sonhos e objetivos após a maternidade, dando origem a um sentimento de culpa e limitando as aspirações das mulheres. A sociedade, em vez de ajudar, frequentemente se choca ou critica quando as mães buscam soluções, como deixar seus filhos com parentes ou cuidadores.

    Quando as mães tentam obter uma educação superior para melhorar suas perspectivas de carreira, encontram obstáculos significativos. Às vezes, precisam aceitar empregos precários, com pouca oportunidade de crescimento profissional, porque não têm onde deixar seus filhos para frequentar as aulas. Infelizmente, são frequentemente julgadas com comentários como “tinham um futuro brilhante pela frente e depois engravidaram e abandonaram os estudos.” Se uma mãe leva seu filho para faculdade ela com certeza já tentou de tudo.

    Naturalmente as crianças podem causar distrações em sala de aula, e afetar outros alunos. No entanto, Mas vai fazer o que com isso? Só proibir? E a responsabilidade social ?

    Em 2015, a ONU adotou a Agenda 2030, que inclui o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS 4), afirmando a importância de garantir “igualdade de acesso à educação técnica, profissional e superior de qualidade, a preços acessíveis, incluindo universidade, para todos os homens e mulheres até 2030.” Isso requer esforços conjuntos do governo, setor privado e sociedade civil para discutir maneiras de melhorar o acesso e a permanência das mães no ensino superior, visando melhorar os índices de desenvolvimento do país, construir medidas que apóiem essas mães na jornada acadêmica.

    É essencial lembrar que, quando discutimos o acesso, também estamos falando sobre a permanência. Empresas socialmente responsáveis, governos que protegem os direitos das mulheres e uma sociedade empática devem colaborar para garantir que as mães tenham igualdade de oportunidades no ensino superior. Não cumprir essa missão significa manter números vergonhosos de acesso e permanência de mães no ensino superior em níveis globais, além de permitir a violação da dignidade das mulheres que lutam sozinhas para seguir seus objetivos.

    A posição da ONU destaca o fim da mentalidade que sugere que, uma vez que uma mulher se torna mãe, ela deve arcar com tudo sozinha, independentemente dos desafios. Do tipo “Quem pariu que fez que balance ” ou quem pariu Mateus que balance ” Frases que mostra que ainda existe um certo sadismo social que tem prazer em ver o sacrifício e até punição a mulher porque é mãe. Isso demonstra um maior entendimento da necessidade de apoio e igualdade de oportunidades. A mulher existe como indivíduo antes de ser mãe, e negligenciar isso pode prejudicar sua saúde mental e bem-estar. Pode doer tanto nessa mulher que sua saúde mental pode ficar comprometida, com essa mulher adoecendo, sua personalidade e individualidade sumindo em detrimento da maternidade, se transformar um sofrimento psíquico enorme, aí vem todo mundo se vestir de Amarelo em Setembro e fazer posts bonitinhos nas redes sociais.

    Mas isso é assunto para a próxima semana.

    Eu sou Anne Cleyanne, sua colunista e amei ter você até aqui comigo.

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