O drama diário enfrentado por milhares de rondonienses nos hospitais do Estado ganhou um novo capítulo nesta terça-feira (9). O deputado Delegado Camargo propôs a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar graves irregularidades na gestão da saúde em Rondônia.
A CPI irá apurar desde a polêmica obra do Hospital de Urgência e Emergência de Rondônia (Heuro), a contratação da UNOPS para o Hospital Regional de Guajará-Mirim, até denúncias sobre contratos de máscaras durante a pandemia e a situação de abandono de hospitais estratégicos, como o Hospital João Paulo II, o Hospital de Base Ary Pinheiro, o CEMETRON, o Cosme e Damião e o Hospital Regional de Cacoal.
O Hospital João Paulo II, referência em atendimentos de média e alta complexidade, evidencia o colapso da saúde pública no Estado: falta de medicamentos e insumos, equipamentos essenciais quebrados, filas extensas e infraestrutura precária comprometem o atendimento a milhares de pacientes, denunciando a gestão deficiente e o abandono das unidades estratégicas de saúde.
Auditorias do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RO) já revelaram um cenário alarmante: equipamentos essenciais quebrados, falta de medicamentos, escalas de plantões descumpridas, corredores transformados em enfermarias improvisadas, infiltrações, banheiros precários e uso de panos coletivos para higienização.
“O sistema de saúde entrou em colapso. A CPI é a resposta do Parlamento às inúmeras denúncias de má gestão e desperdício de recursos. O povo de Rondônia precisa de respostas urgentes e de atendimento digno”, afirmou o deputado Delegado Camargo.
A comissão terá poderes para convocar autoridades, ouvir testemunhas, requisitar documentos e apontar responsabilidades. Caso sejam constatadas irregularidades, os resultados poderão ser encaminhados ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas para responsabilização.
O objetivo, segundo Delegado Camargo, é romper com o ciclo de abandono da saúde pública e garantir que os recursos não continuem sendo consumidos pela má gestão. “Chegou a hora de dar um basta. A Assembleia Legislativa vai cumprir seu dever de fiscalizar e cobrar soluções imediatas”, reforçou.
A instalação da CPI depende agora da adesão mínima dos deputados, conforme prevê a Constituição Estadual e o Regimento Interno.